PORQUÊ ORGULHAR-SE DAS INJUSTIÇAS?

Será que estamos a enfrentar mais uma “crise nacional“? E desta vez é em relação ao assunto que tem dividido a opinião dos governantes e do povo quanto ao que deve ser feito para se tentar reparar e atenuar os erros cometidos no passado. Como isso seria possível?

O “pai da nação” de Portugal, o Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante as celebrações do jubileu português, quando a nação parou para relembrar que foi há exatamente 50 anos que ela saiu de debaixo das cargas da ditadura e do aprisionamento intelectual que tanto oprimiu o seu povo por 48 anos. Um povo conquistador e forte, que deixou-se submeter aos horrores da opressão ditatorial.

Que momento tão propício para se pensar em atos de redenção devido aos males causados a tantas vidas no percurso de uma História de conquistas e de desbravamento! É verdade que não é possível orgulhar-se da História como um todo. Só um tolo agiria assim! Não podemos nos orgulhar por tirarmos a dignidade daqueles que foram criados e amados pelo mesmo Deus e comprados pelo mesmo sangue que jorrou na Cruz do Calvário.

O Presidente tentou trazer à tona um entendimento que, creio ser eu, respostas de muitas orações. Quando ele reconheceu que Portugal é responsável pelos crimes cometidos durante a escravatura transatlântica e a era colonial, admitindo haver necessidade de restituições, ele, mesmo sem o saber, estava a lutar pelo favor de Deus sobre o seu próprio povo. Foi sobre algo parecido com o que profetizou Isaías:

Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da injustiça, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda
Isaías 58:6-8

Antes de mais, afirmo que não quero gerar polêmica quanto a este assunto que tem sido discutido de forma polêmica e parcial na Assembleia da República (e não só). Minha motivação é apenas mostrar que, como luso-brasileira cristã que sou,⁠ conhecedora da Palavra de Deus, creio que hoje é o tempo oportuno para reconhecermos os erros do passado – de forma individual ou coletiva, em arrependimento, pedindo perdão e “pagando” os créditos de injustiças que a nação adquiriu perante Deus e perante os homens.

Já houve nações que se retrataram publicamente perante os erros e injustiças que foram cometidos pelos seus antepassados.

É verdade que não herdamos a culpa diretamente, mas indiretamente somos tão devedores quanto os nossos antepassados. É como “herdar o pecado de Adão”.

Como alguém declarou sabiamente que assim como não estávamos no Éden, mas herdamos a culpa, também não estávamos no Calvário e herdamos a graça. É por esta maravilhosa graça que abrimos os olhos do nosso entendimento para nos retratarmos como uma nação justa e consciente.

Se a “luz” trouxe-nos esse senso de responsabilidade, que uma retratação seja feita agora, nesta geração, para que o favor de Deus se volte para nós e nossos descendentes.

Houve muitas coisas boas? Houve! Mas não podemos “tapar o sol com a peneira”, jogando as injustiças cometidas em tantas esferas da vida pessoal, familiar e nacional para debaixo do tapete. É preciso encará-las, saindo do estado de negação e do orgulho.

Ninguém tem o direito de oprimir, forçar ou dominar o seu semelhante, seja pela sua cor, pela sua religião, pela sua classe social, pela sua opção sexual, etc. Deus fez o homem digno de ser livre para fazer as suas próprias escolhas.

É verdade que não é possível reparar o mal causado há séculos atrás, como não é possível restituir valores às milhares de vidas que se perderam, às centenas de famílias que foram separadas à força, aos milhares que sofreram as mazelas da escravatura e a perda da dignidade enquanto seres humanos, mas é possível, sim, fechar uma lacuna de  injustiças na História, da qual nenhuma pessoa que outorga a si o título de justo, pode se orgulhar.

O Evangelho é justiça, é reconciliação, é redimir os pecados, é arrependimento, é a reparação de brechas e a restituição da justiça. Deus abomina a injustiça ainda que esta venha com aparência de sucesso e de grandes conquistas. Há guerras que não são travadas por Ele, mas é certo que Ele lutou no período colonial levantando homens e mulheres, que indignados diante de tanta crueldade, foram a voz de milhares de oprimidos que não conseguiam se libertar dos seus algozes por si mesmos.

Como louvo a Deus pela vida de homens de coragem, como William Wilberforce, um cristão piedoso na Inglaterra, que lutou pelo fim da escravidão no seu país, gerando uma onda de pressões pela extinção do tráfico de escravos no mundo todo. William foi inspirado e encorajado por John Wesley e suas pregações, e finalmente, em 1807 a abolição da escravatura trouxe alívio a outros homens piedosos.

Louvo a Deus também pela vida da Princesa Dona Isabel, que no dia 13 de Maio de 1888 assinou a Lei Áurea no Brasil, concedendo liberdade a mais de 700 mil escravos que ainda existiam na nação… e por tantos antiescravagistas que no mundo todo lutaram contra esse tipo de injustiças.

Quando Jesus entrou na casa de Zaqueu, o judeu publicano corrompido pelo sistema do império romano, que havia cometido inúmeras injustiças enquanto cobrador de impostos, Ele declarou que havia entrado salvação naquela casa, mas disse isso depois de Zaqueu ter declarado que restituiria até 4 vezes àqueles que foram lesados por ele.

E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens;
e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado
Lucas 19:8

Senhor Presidente, o senhor tem meu apoio e minhas orações.


“Infelizmente, estimativas indicam que cerca de 50 milhões de pessoas no mundo vivem sob escravidão moderna, conforme dados de 2021 da Organização Internacional do Trabalho. São 28 milhões de pessoas vítimas do trabalho forçado e 22 milhões presas em casamentos forçados. Apenas entre os anos de 2016 a 2021 o número total aumentou em 10 milhões.
O abolicionismo foi uma das principais causas para o processo de abolição maciça da escravidão em determinadas sociedades, contudo, diversos fatores incidem sobre a abolição desta prática; dentre elas, guerras civis (como ocorreu nos EUA, na Guerra de Secessão, guerra importantíssima que determinou o fim da escravidão no sul do país), decretos do governo e processos históricos e políticos.
Embora todas as nações do mundo já tenham abolido a escravidão, ainda há persistência ilegal em manter essa prática”.
(Fonte: Wikipedia)

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque eles serão fartos

Mateus 5:6

Shalom!

O OXÍMETRO ESPIRITUAL

Este aparelho pequenino chama-se OXÍMETRO, ele é usado para medir a quantidade de oxigênio que circula no sangue.

Quando eu tive COVID usei muito o oxímetro para ver se a saturação estava acima dos 95%, pois abaixo desse valor, pode ser que os pulmões não estejam a funcionar corretamente. O valor mínimo a que cheguei foi de 92% (se baixasse para menos de 90% deveria ser hospitalizada).

O “oxímetro” que mede a quantidade de “oxigênio” do Espírito Santo em nós chama-se TSD, ou seja: “Tempo a Sós com Deus”.

Nesse tempo, desenvolvemos gratidão, louvor, dependência, edificação na Palavra e acima de tudo AMOR pela presença dEle.

Como está o seu oxímetro espiritual?

Shalom!

O GRANDE EU SOU

Sem dúvida alguma, o Grande “EU SOU” revelado a Moisés no Monte Horebe, é Adonai, o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo afirmou, dizendo: “antes que Abraão existisse, EU SOU” (João 8:58), e ainda:

“EU SOU o Pão da vida” (Jo 6:35)
“EU SOU a Luz do mundo” (Jo 8:12)
“EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida”  (Jo 14:6)
“EU SOU a Porta” (Jo 10:7-9)
“EU SOU o Bom Pastor” (Jo 10:11-14)
“EU SOU a Videira verdadeira” (Jo 15:1)
“EU SOU a Ressurreição e a vida”  (Jo 11:25)
“EU SOU o Alfa e o Ômega” (Ap 1:11, 2:6, 13)
“EU SOU o Primeiro e o Último” (Ap 1:17)
“EU SOU a Raiz e a geração de Davi” (Ap 22:16)

Shalom!

Feliz 2024

FOGO ESTRANHO

O mesmo Deus que provê o fogo para o altar, é o mesmo que antes provê a madeira para o mesmo.

Não basta ter lenha no altar, ela tem de vir de uma “fonte legítima”; caso contrário, o resultado pode até ser “fogo”, mas será “fogo estranho” (por essa razão Nadabe e Abiu morreram diante do altar. Faziam a obra de Deus sem Deus).

É até possível fazermos coisas para Deus usando “a lenha” (as estratégias e as ferramentas) errada, e acharmos que, como há certos resultados, Deus está aprovando aquele “altar”, mas pra Deus o que conta é a legitimidade (santidade) não apenas dos resultados, mas da fonte.

Shalom!